Julgamento e confissões acontecem dois anos depois
Em junho de 2016, Marcelaine Schumann e os demais acusados da tentativa de homicídio foram a júri popular no Fórum Henock Reis.
Marcelaine conseguiu autorização judicial para evitar algemas e o uniforme de presidiária. Ela compareceu de blusa branca e calça jeans e foi a última no interrogatório, ocorrido por volta das 20h. Três dos outros quatro acusados usavam as roupas do presídio.
Em 2015, ela chegou a ganhar liberdade provisória, mas por descumprimento de acordo judicial tornou a ser presa e permaneceu detida no Centro de Detenção Provisório Feminino (CDPF), no km 8 da rodovia BR-174, zona rural de Manaus na época do julgamento.
Na época, a defesa dela prometia mudar o rumo do caso, com uma nova versão. Mas isso não aconteceu.
VÍTIMA DEPÕE
No primeiro dia do julgamento, cuja duração foi de mais de 10 horas, testemunhas, vítima e acusados foram ouvidos e ao depor, a vítima, a bacharel em Direito Denise Almeida Silva, 36, evitou comentar sobre a relação amorosa extraconjugal. Ela chorou ao ver o vídeo do atentado mostrando que a nuca foi a direção do tiro disparado pelo atirador.
Ao ser interrogada pelo promotor Rogério Marques, afirmou que não conhecia Marcelaine, mas sabia que ela costumava ligar para seu marido. E contou ter sido advertida por Marcos Souto - pivô do crime - sobre uma possível ação da acusada sobre ela.
Depois, passou a receber ligações de Marcelaine pedindo para se encontrarem e “sanar qualquer desentendimento". Embora tenha admitido contato com Marcos Souto, ao ser questionada sobre a relação extraconjugal, Denise pediu para não responder.
Ela admitiu ter se encontrado com Marcelaine, após pedidos insistentes da acusada. "Na situação do Parque do Idoso, eu ainda não a conhecia pessoalmente", disse ela, que à época considerava a acusada amistosa, porém muito interessada em afastá-la de Marcos. Denise, inclusive, recebeu ameaças de Marcelaine que iria contar ao marido dela sobre o relacionamento com Marcos.
Outro momento de emoção da vítima foi lembrar-se que no dia do crime, a filha dela deveria ter ido para a academia com ela. E desabafou: "Ela poderia estar morta agora".
Denise disse ao júri ainda estar com a bala alojada em seu corpo e que teria entrado em depressão, chegando a uma tentativa de suicídio. Revelou ter ficado muito preocupada com a família, especialmente porque o caso a prejudicou em todos os sentidos.
Ao ser questionada pelo advogado de Marcelaine, Denise revelou que sentia vontade de agredir a socialite. "Sim vontade a gente tem, mas não tenho tempo para isso”, revelou.
CHORO DO MARIDO
Outro momento de emoção no júri foi do marido de Denise, o advogado Erivelton Barreto, que chorou durante o testemunho da esposa. De acordo com ele, os dois haviam passado um período separados após ter descoberto sobre o caso extraconjugal, mas por amor decidiu reatar o relacionamento. Barreto, disse que ele e a esposa eram constantemente perseguidos pelo pivô do crime, Mário Souto, que costumava ameaçá-los.
O marido de Denise contou que a esposa precisou trocar de chip do telefone celular por diversas vezes, devido às investidas realizadas por Marcos. Marcelaine, aliás, havia identificado Denise pela quantidade de ligações feitas a ela pelo telefone de Marcos.
ASSUNTOS: Caso Marcelaine