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O julgamento de Baby do Brasil


Por Raimundo de Holanda

12/03/2025 20h45 — em
Bastidores da Política


  • O impacto na carreira de Baby, que é longa, pode ser imediato e devastador num país onde pessoas julgam muito rápido e utilizam como sentença o cancelamento. Para uma artista, como Baby, isso é fatal.

O apelo de Baby do Brasil para que vítimas de estupro perdoem os acusados causou desconforto entre mulheres.

O estupro é um crime que não atinge apenas a vítima, mas também seu entorno.

O rogo de Baby foi feito em um contexto de apelo maior - pelo perdão, não pelo esquecimento do crime de estupro.
 
O desdobramento do caso, entretanto, é incerto, mas pode resultar em investigação "por incitação ao crime e condescendência  criminosa".

O impacto na carreira de Baby, que é longa, pode ser imediato e devastador num país onde pessoas julgam muito rápido e utilizam como sentença o cancelamento. Para uma artista, como Baby, isso é fatal.

A intenção da artista não foi incitar o crime, mas um apelo ao não revide da violência, que resulta em reações muitas vezes intempestivas, que levam a sucessivos linchamentos. 

Não se pode fazer de assassinatos cometidos por multidões enfurecidas o novo normal.

É preciso que a sociedade comece a pensar em meios para evitar a repetição de estupros e outros atos de violência contra as mulheres. Mas a única saída é a educação, um processo lento, mas de resultados.

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ASSUNTOS: BABY DO BRASL, CANCELAMENTOS, estupro

Raimundo de Holanda é jornalista de Manaus. Passou pelo "O Jornal", "Jornal do Commercio", "A Notícia", "O Estado do Amazonas" e outros veículos de comunicação do Amazonas. Foi correspondente substituto do "Jornal do Brasil" em meados dos anos 80. Tem formação superior em Gestão Pública. Atualmente escreve a coluna Bastidores no Portal que leva seu nome.